Em sã consciência | Caco Baptista

Mah / 21 nov,2017 /ETC

A vida em sociedade é algo legitimamente confuso, no entanto existem alguns momentos onde você é obrigado a acordar pra ela, de modo que não seja engolido pela voracidade das coisas.

É como se de alguma forma algumas regras fossem pré determinadas, bem antes da gente nascer e as coisas simplesmente funcionassem nessa base, sem questionamentos e com poucas possibilidades de mudança.

E a partir do momento que você entende isso, aliando a uma camada social/ cultural/ racial/ sexual ou o que seja específica, automaticamente todo esse sistema se torna um pouco mais difícil. Como se o conceito indiano de castas fosse de alguma forma espelhada para a cultura ocidental dividindo os seres.

Quanto mais distante dessas expressões de minorias sociais, mais privilegiado esse povo é. Tendo dito isso, ser negro num espaço onde a consciência a respeito desses pontos é novidade e algumas pessoas consideram isso uma questão política ou ideológica (o fato de você querer ter voz) é uma coisa um pouco complicada.

Há quem venha com o argumento de que toda uma minoria social (uso social porque em termos biológicos, por exemplo, os negros são a maioria no país, mas socialmente ainda a margem) usa do vitimismo pra inflar histórias e buscar visibilidade através de lacração e outros pontos que consideram negativo, no entanto, o caminho usado por toda a negritude é o da visibilidade.

Não é difícil perceber que vivemos em brutal desigualdade entre nós, somos a mistura de diversos povos, vivendo com uma economia complicada, uma política digna de roteiro de série, educação é um assunto complicado, gerenciamento e ganho de dinheiro é quase um tabu em certas partes do pais e tem índices que crescem todo dia. Aliando tudo isso a negritude a situação ganha uma outra proporção.

Somos o país onde pessoas consideram injusta a existência de cotas raciais em universidade, mas se espantam quando o retrato racial de pessoas em universidades particulares é majoritariamente branco. Ser uma pessoa negra com acesso a educação é desafiar toda uma estrutura gigante que só agora passou a considerar a necessidade de pessoas negras em todos os setores.

Somos o país onde não assusta ninguém o fato de que as condições precárias de saúde e moradia sejam a base da vida negra mas também somos o pais onde a classe socialmente e economicamente dominante denomina como burra ou alienada a classe que decide votar por condições mínimas de vida.

Somos o país onde a vida negra é descartável, seja através das mortes por inanição em pontos do pais, ou seja pela mão de uma policia com a infeliz tendência (pra não dizer doutrina) de culpabilizar pessoas negras independente do contexto. São 68 pessoas negras são mortas por dia, é um número estatisticamente alto, um reflexo muito claro de como essa luta é injusta.

Somos o país onde mesmo invisível nos principais cenários, a beleza negra é vista como conteúdo de entretenimento, a hipersexualização faz parte da dinâmica de vida de pessoas negras desde pouca idade, principalmente mulheres. O acesso ao corpo negro é algo do domínio público. Globeleza, por exemplo, um dos principais signos do carnaval e da cultura brasileira, reflete diretamente em mulheres negras que expressam esse padrão, nas que não sejam lá subjuga e maltrata. O mesmo acontece com o corpo masculino negro, ainda visto como uma máquina de prazer, sempre exigida uma performance fora do comum e membros absurdamente avantajados.

Somos o pais que vive na constante hipocrisia. Nós fazemos questão de mostrar o quanto não somos racistas, fazemos questão de elaborar o melhor discurso, mas de alguma forma somos incapazes de modificar a estrutura que vivemos, buscando o mínimo de igualdade entre as pessoas.

Somos o pais onde ainda há pessoas negras que não fazem ideia do que tá sendo falado, que não entendem sobre empoderamento, que não estão cientes da divida social existente entre raças e classes, somos o pais onde o racismo acontece todo dia com alguém mesmo que seja velado.

Um olho torto, uma mexida de bolsa, uma cara feia em transporte publico, um julgamento com base em estereótipos, uma virada de olho para um pedinte no metro, tudo isso reforça e intensifica a situação deprimente que as vidas negras são submetidas.

Somos o pais que um negro ascender de qualquer forma que seja é vinculado a esquema ou espanto. Porque o merecimento, a capacitação e a excelência/inteligência são coisas negadas.

Em sã consciência, não precisa saber nada sobre consciência negra a partir do momento que você vive ou viveu pelo menos uma dessas situações no seu dia a dia.

O lado bom dessa consciência é que ela pode ser compartilhada, pode ser vista através de olhos empáticos e pode ser minimamente mudada. Hoje, a gente reflete essas desigualdades que abalam os nossos tempos, reflete desigualdades que foram vividas por antepassados, dá um pouco de consciência pra quem sofre tanto o tempo o todo através de pequenos resgates culturais e históricos, empodera e ensina o pouco que aprende para outras pessoas de modo que serão cada vez mais pessoas buscando viver daqui pra frente com o mínimo de dignidade.

Caco Baptista
Publicitário – Ativista Negro e LGBT+

Semana da Consciência Negra | Maraisa Fidelis

Mah / 20 nov,2017 /ETC

Olá pessoas lindas! Vamos tirar a poeira deste blog? E resolvi fazer isso com um especial “Semana da Consciência Negra”. Onde cada dia um convidado escreverá sobre assuntos pertinentes que nos rodeiam. Pessoas negras que admiro demais e que aceitaram participar com todo o carinho.

Para o post de abertura nada mais natural do que eu mesma escrever. Então vem comigo!

Eu, quando comecei a trabalhar, não era nenhum pouco engajada nas causas raciais. Sempre soube que existe racismo, sempre me entendi como mulher negra, mas não me aprofundava no assunto; não via as lacunas a serem preenchidas nesta sociedade, a herança que veio comigo.

Se lembram daquele filme 12 Anos de Escravidão? Então, eu já tinha começado a ler mais e estudar sobre minhas raízes, mas ficava apenas na leitura. Fui ao cinema com meu namorado assistir e não consegui ficar 30 minutos lá dentro. Eu comecei a chorar copiosamente e esconder o rosto atrás das mãos pedindo para Baby me tirar dali. Sthefano, que é branco, ficou completamente sem reação, me tirou do cinema e pediu mil vezes desculpas por querer assistir o filme comigo.

O que aconteceu comigo naquele momento? Eu simplesmente SENTI aquela dor. Eu senti que estava apanhando junto, eu senti que era com algum familiar meu. A FICHA CAIU. Depois disso fiquei mais lúcida e li uma constatação que me deixou pior ainda: Lembra no colégio quando a professora pedia para você falar a sua descendência? O povo falava “Sou descendente de italianos!” “Sou descendente de espanhóis” “Sou descendente de uruguaios”. Pois então! Eu só sabia o estado que meus avós nasceram e fim. Hoje eu sei o motivo de não ter o conhecimento da região ou países dos antepassados… eram escravos! A minha história foi roubada. A partir do momento que tiraram negros de suas terras, trouxeram para o Brasil e os escravizaram, eu perdi a minha ancestralidade. Eu perdi ali a minha história. De onde eu vim? Qual a minha mistura? Alguma bisa ou tataravó minha sofreu estupro? A qual povo eu pertenço na África?

Pois com esta lucidez eu passei a me posicionar, sempre que julgo necessário, em minhas redes. Ler, assistir vídeos, filmes, conversar com diversas pessoas, aprender, escutar, aprender e escutar mais e mais. Isso fez com que eu entendesse tudo que entendo hoje. E ainda tenho MUITO para aprender. Sou rasa, confesso, mas quando a gente se abre para aprender, tudo fica mais fácil.

Se entender como negra para mim é uma coisa, mas entender minha negritude (ancestralidade, heranças…) foi um processo que hoje me sinto confortável e aberta para falar.

Obrigada para quem esperou por este momento. Estamos aqui juntos e juntas.

Beijos
Mah

Testando: Base Mary Kay AtPlay

Mah / 19 out,2017 /Maquiagem

Olá pessoas lindas, tudo bom?

Vamos voltar com os posts neste blog? Ouvi um sim? Okay, obrigada. HAHAHAHAHAHAHAH
Bora falar de base? Base é vida! Base é algo maravilhoso! Base é um item que eu não me canso de usar, comprar ou testar. (Para quem não sabe, no meu canal do YT tem uma playlist chamada “Mah, a loka das bases” com vídeos de todas as bases que já testei.)

Hoje falarei da Mary Kay AtPlay: lançada recentemente, faz parte da linha “jovem” da marca. Por que jovem entre aspas? Porque não apenas mulheres jovens usam a linha, mas a proposta é algo mais divertido para garotas e jovens mulheres. Digamos que a Time Wise é a linha “adulta”. Mas a gente passa tudo no rosto não é meixmo?

De acordo com a marca

“A Base Líquida Matte AtPlay é apropriada para todos os tipos de pele e ajuda a controlar a oleosidade e o brilho por 8 horas. O produto oferece um acabamento matte instantâneo. Com fácil aplicação, seca rápido e ainda deixa uma sensação muito leve na pele.”

O primeiro ponto que PRECISO abordar é: seis opções de cores. Sendo que a minha cor, Deep Tan, é a penúltima. Isso quer dizer que existe um buraco entre a minha cor e a mais escura. Não sei se a marca trouxe seis cores de início para ver como o público recebia a base e tals, mas infelizmente isso não é benéfico para os diversos tons de pele negra. MAAAAS, preciso ser justa e dizer que Mary Kay foi a primeira marca que eu vi com muitos tons para pele negra com preço mais baixo (linha Time Wise). Isso quando as outras marcas ainda nem tinham se mexido para fazer bases descentes para pele negra (não aquelas que nos deixavam cinzas).

Segundo ponto que olhei foi: 29ml. Por que não 30ml Brasil? hahaha Vai! Curioso isso né? Mas okay, vamos lá observar se ela cumpre o que promete.

Testei por diversos dias para ver como ela se adaptava em climas mais quentes e também nos climas mais frios. É uma base bem líquida e de fácil aplicação! Não importa se você deseja usar as mãos, esponja ou mesmo um pincel, ela espalha sem dificuldades e é maravilhosa para formar camadas. Friso esta parte de camadas porque tem algumas bases que quando você vai aplicar a segunda camada acaba destoando e sua pele fica toda manchada. Com a AtPlay isso não acontece.

Tem uma fragrância gostosa e considero de média cobertura. De acordo com o seu gosto você pode deixar a cobertura maior ou mesmo diluir em algum creme de rosto para deixar mais leve. Tem acabamento matte confortável, ou seja, a pele fica sequinha mas nada de repuxar. Por isso é indicada para todos os tipos de pele.

Sobre segurar a oleosidade por até 8 horas não funcionou comigo. Para falar a verdade eu nem esperei que funcionasse porque a minha pele é extremamente oleosa e no máximo em uma hora o óleo já brota em algumas regiões específicas.

O que percebi foi que em todos os dias que passei ela no rosto, voltei para a casa IGUAL. Sim, um óleo aqui, outro ali, mas a base não saiu do meu rosto em momento algum. Sabe quando você volta com a mesma dignidade de quando saiu? Pois então! Achei sucesso de audiência.

O valor é R$49,90, esta eu ganhei da Joana do Futilidades. Achei o preço justo, honesto pelo que a base entrega. Fora que vez ou outra é possível encontrar promoções da marca.

Eu gostei MUITO do resultado em mim e continuarei usando. Indico demais para quem procura uma base com boa cobertura e um acabamento de plenitude. O único porém fica por conta de apenas seis tons disponíveis.

Foco no antes de depois:

Beijos
Mah

Finalmente meu blog novo!

Mah / /ETC

 

Deus! Vocês não imaginam o quanto esperei por isso! Vocês não tem uma noção da minha ansiedade, minha inquietação e, por muitos momentos, nervosismo por não sair como eu esperava.

Preciso confessar que não sou uma pessoa “das artes” e por isso, reformular o layout do Beleza Interior, era uma tarefa árdua para mim. Não sabia o que queria, como queria, onde queria. Eis que conheci o trabalho da maravilhosa Karina Beraldo e surgiu uma luz. Me encantei com as ilustrações dela e fui atrás para que desenhasse a minha arte. Deu certo! <3

Mas e o resto? O desenvolvimento do layout, a programação, aquelas coisas chatas, mudança disso daquilo, perceber que por eu não mudar há tanto tempo muitas coisas estavam obsoletas. JESUS ISSO LEVOU TEMPO PARA ARRUMAR!
Aí eu agradeço a Marie Publicidade (beijos Camila) que teve uma paciência absurda comigo com todas as mudanças feitas.

O layout não poderia ser mais a minha cara! Cores quentes, bem Maraisa, e algo simples de se navegar. Modificarei algumas categorias com o tempo e adicionarei outras para esta nova fase que inicio hoje.

Então é isso: Sejam bem vindos e bem vindas ou novo Beleza Interior (por Maraisa Fidelis)

Beijos
Mah

Novex Meus Cachos de Cinema | Embelleze*

Mah / 08 set,2017 /Cabelos, Publi

Finalmente Braseeeel! Finalmente falarei sobre esta linha UOU para cabelos crespos and cacheados: Novex Cachos de Cinema. De cara eu digo que adorei a embalagem dos produtos e a proposta da linha; fazer com que você tenha uma ótima experiência sensorial no banho e consiga assim, cabelos dignos de uma diva de cinema. Um ritual para você se sentir mesmo poderosa e pronta para atuar num longa metragem. hahahaha Sério, até o modo de uso está descrito como passos para alguma cena, sabem? Bem fofa e legal a ideia.

Outro ponto que preciso comentar é a fragrância. Sim, quem me conhece sabe que sou apegada a fragrâncias e esta é bem diferente das que estou acostumada. Um cheiro floral frutal delicado que fica nos fios e ao mesmo tempo espalha pelo banheiro no momento do uso. Ponto positivo porque é uma fragrância MUITO gostosa na minha opinião.

Agora falando da linha em si, são ao todo cinco produtos: shampoo, tratamento condicionante, creme de tratamento ultraprofundo, creme para pentear e manteiga ativadora de cachos. Por gentileza foquem nos ingredientes da composição: mix de óleos com argan, macadâmia, girassol, abacate, coco e linhaça. Além de conter manteiga de karité e queratina vegetal.

Vocês conseguiram focar nestes óleos todos? Porque eu não consegui pensar em outra coisa depois que li a composição. Uma mistura perfeita para quem tem cabelos crespos e cacheados e que precisam sempre de uma nutrição a mais.

Outro fator importante é as duas opções para finalizar os fios: creme para pentear e manteiga ativadora de cachos. Você pode usar os dois ou escolher de acordo com o seu momento capilar. Eu tenho paixão por manteigas, então ela é a minha preferida porque define, doa brilho e segura por diversos days afters. Porém, quando eu não quero definição extrema, uso lindamente o creme para pentear que tem uma consistência maravilhosa e deixa os fios macios e com brilho.

O shampoo é um caso a parte porque é hidratante, limpa sem ressecar, possui uma textura maravilhosa e eu indico para diversos tipos de cabelo. Shampoo hidratante é vida BRASEL!

AAAAAH como eu ia esquecer? Toda linha é liberada para quem segue as técnicas de low ou no poo. \o/

Beijos
Mah