E quando a festa acaba? | Rituxa Lima

Mah / 20 fev,2018 /ETC

Hoje, terça-feira, faz exatamente uma semana que a maior festa do país estava acontecendo. Ahhh… O carnaval! Alegria, fantasia, rua, dança, amigos reunidos, praia, música… Tudo o que nos eleva de alguma forma (incluindo os descansos, para quem é de descanso). Mesmo para quem não curte a data, não adianta: são quatro dias disponíveis para fazer o que você quiser, como quiser, quando quiser e a diversão é a chave de tudo!

Mas e hoje? Onde está a sua festa? Essa semana seguinte à folia sempre me lembra o poema de Drummond: “E agora, José?  A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou…  E agora, José?”. Para onde vai nossa alegria? Para onde vão os votos de diversão eterna? E as músicas, danças, cores… Para onde vão?

Nós, seres humanos, racionais e tudo o mais, deveríamos aprender a “estocar” essa alegria, essa energia. Sim, ela se faz necessária em todos os dias do ano e nós a temos! E não se engane: alegria não é perecível… É cumulativa! Basta um pouco de vontade e, então, a temos no estoque pronta para ser utilizada quando o sapato apertar o calo.

Então por que não fazemos desta forma?

Tenho pra mim que a tristeza é um vício, um travesseiro fofinho que quase justifica todas as nossas mazelas. Um vício difícil de largar, difícil de desapegar… Então, sem motivo externo, ficamos um tanto perdidos. Sem a energia coletiva, desacreditamos do nosso real potencial de felicidade. Muita gente reclama: mas carnaval é uma festa boba onde as pessoas passam 4 dias pulando e sorrindo sem razão. E eu te digo: a vida é uma festa boba onde DEVERÍAMOS agir exatamente assim. Porque cá entre nós: muitas vezes choramingamos e entristecemos sem razão. Por que não ao contrário?

Sim… Viver é para quem não teme o ridículo. Ser feliz é para quem não tem medo de desapegar daquela “desculpa” para protelar o que te faz bem. E não, não estou me referindo àquelas pessoas que, de fato, sofrem doenças psicológicas e diversos distúrbios químicos que a mente está sujeita. Estou falando com você, você aí… Que sabe que é maior do que todo fim de festa, que sabe que guarda a festa em si, aí dentro, e pode botar para quebrar na hora em que quiser.

Vi essa semana um meme no Facebook que dizia: e se todos fôssemos pra rua, com um cooler refrescante, fantasia e pintura na cara? O carnaval não acabaria! E concordo plenamente. Falta você aí se juntar àquele amigo, àquela amiga, aos primos, e irem pra onde quiserem, com cooler ou não, mas com mais sorriso no rosto e menos falta de tempo. Falta todo mundo entender que não precisa de motivo para encontrar os amigos e apenas sorrir (quase) sem razão. Porque de tanto fingirmos que não temos motivos pros risos, um dia, do nada, teus risos viram rotina… Eles viram regras e que se dane a exceção. Eu mesma quero hoje pular um pouquinho do carnaval que ainda mora em mim…

Com a galera daqui, na varanda, no chuveiro, em qualquer lugar. Mais alguém se junta a mim?

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